terça-feira, 29 de julho de 2008

A viagem de Palma (ParteI)


Para além dos meteoritos, há coisas que caem do céu. Na semana passada fui numa “tirada” rumo a Palma de Maiorca a bordo dum BAVARIA 46 pés, pertença de um amigo de um amigo meu. É deste tipo de tarefas que toda a gente gosta e estes convites caem do céu. Saída de Olhão numa sexta à noite e regresso na outra segunda-feira.
Dia 1 – Olhão até Chipiona
Dia 2 – Chipiona até Gibraltar
Dia 3 – Gibraltar até Fuengirola
Dia 4 - Fuengirola até Garrucha
Dia 5 – Garrucha até Formentera
Dia 6 – Formentera
Dia 7 – Ibiza
Dia 8 – Ibiza até Palma de Maiorca
Olhando para trás e para as águas da nossa costa norte atlântica, não fica saudade na memória. Água morna, água pouco saltitante, água azul, enfim… resumindo “água benta”.
A saída marcada da Ria Formosa, poiso do Olhão, propriedade do IPTM, ou melhor, aquela marina que é só para quem o IPTM quer e não deixa lugar a passantes, com uma tripulação tipo DREAM TEAM a saber: Cap Salgueiro na qualidade de Armador e Patrão, Imediato Bispo, marinheiro Contreiras e eu na qualidade de ordinário Arrais. Tivemos ainda o privilégio de ter como companhia a embarcação LADYBIRD, que em Tuga se poderá traduzir de forma livre por PASSARINHA, mas que apesar do sugestivo nome apenas levava homens. O Cap. Rui, o imediato André, o escrivão de nau Ricardo e finalmente como gaiato de navio o “Zé Mascalzone”.
No primeiro dia de navegação, apanhamos a água trapalhona do Algarve, com uma ondulação de 1 metro muito escangalhada, induzindo uma mareação muito chata com a embarcação a bater (ainda que pouco) em todas as direcções e muito spray. Vento a proporcionar uma bolina pouco cerrada e suficiente para 5/6 nós com adorno a bombordo. Bom ou muito bom, quando comparamos com as condições de navegabilidade de Aveiro e arredores. Mecanicamente houve uma pequena “traição traiçoeira” do VOLVO PENTA, que deu para reparar à boca da marina de Chipiona, tendo a máquina ficado rejuvenescida e com garantia de 12 meses.
Janta em Terra firme em restaurante de rua com tapas (biquerones, calamares e companhia) e um prato “sólido” de carne, acompanhado (e muito) por cañas, Rioja e chupitos.
Na segunda jornada e com rumo traçado para “La Roca de Sua Magestada La reina ISABEL”, com tempo sorridente e ondulação a variar de 12 a 14 cms, proporcionando a espaços um larguinho suave, com a embarcação bem oleada com SAGRES MINI.

O “mareo” do dia anterior já tinha abandonado a anatomia do ouvido médio e a boa disposição reinava nas almas dos navegantes. A sopa, perdão, a água registava já 24º a 25º (dos CELSIUS), que deu para umas “banhadas à corda” na ré da embarcação, mesmo de través do Cabo Trafalgar. O Cap. Salgueiro lá ia fazendo as contas para aproveitar a (super)boleia das correntes no estreito, tendo penetrado a 8/9 Kn de SOG. Perfeito. Sem antes termos registado a bordo a passagem de um aniversário pela barba do marinheiro Contreiras, que mereceu a confecção de um bolo especialmente confeccionado pelo nosso armador. Regámos a efeméride com aquela coisa francesa, amarelada, com bolhas e rolha de cortiça, que dá pelo nome de MOET & CHANDON, e foram cantados os parabéns por VHF, apesar dos Decretos e Portarias proibirem tais coisas.

Mas o marinheiro Contreiras merecia e cantou-se a coisa em tom afinado a duas vozes com falsete de VHF. Pela vizinhança avistava-se uma crista no continente africano e várias embarcações do tamanho do ALFA PENDULAR, que se deslocam muito rápido sobretudo quando a tripulação se distrai mais um bocadinho com o abre-latas na mão. Chegada à Rock, já com lusco-fusco instalado e jantarada num Restaurante Pseudo-mexicano adjacente à marina, que usava especiarias de primeiríssima categoria, cujo fulgor excitou as nossas tripas e hemorróides durante as 48 horas seguintes. Acabada a refeição, notámos que estávamos em Inglaterra (ou coisa parecida), pois todos os tascos estavam já CLOSED, havendo apenas meia dúzia de drogados mansos a circular, mais 14 dúzias de MARROQUINS que entretanto tinham chegado num Ferry tardio. Juro, que não vi ninguém de “cú para o ar” com os holofotes virados para Meca.


(Continua no próximo número)

3 comentários:

joao madail veiga disse...

bai ta xxxer meu, bai meter imbeja ó carxxlho

Anónimo disse...

Imbeija, isso de andar na barbária?!
Francamente JFMV, bem cá abaicho,mesmo à beirinha, entras no Téijo e bês a mesma porra.
Se quiseres tambem te amarro à popa!!!!!
E dou-te porrada na cabeça para beres estrelinhas.... depois traduzes para francês e dá Moet e Chandon

Anónimo disse...

Boa malha!Continuação.Cuidado com essas especiarias excitantes de intestinos...