segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Regata Figueira da Foz - Aveiro

Passavam já das 22:15 h quando o CELTA MORGANA "despenetrou" a boca da Barra, comigo ao comando da embarcação e com o Cap. Galacho como "Alferes-tenente". Antes da "despenetração" cumpre registar que o Cap. Veiga (acompanhado pela Galega da Marieke) estava à nossa espera na "Meia-laranja" tendo-nos prestado uma indicação valiosa, a saber: - Passam entre os molhes e viram à esquerda para a Figueira. Antes porém, algo de surrealista aconteceu. Chamámos por VHF a Policia Marítima para dar conhecimento da nossa saída, e do outro lado do VHF, deparámos que afinal há gente na PM que sabe usar o VHF convenientemente e além disso denota simpatia. Caso raro, muito raro mesmo, neste Portugalito. Depois de uma viagem magnifica em regime de motorada permanente, arribámos ao Porto da Figueira da Foz por volta das 05:20 h, com bastante sono para por em dia. Durante a viagem ocorreu algo que pelo menos não é muito normal nesta época do Ano. Não sendo especialista nestes assuntos, tenho a ideia que durante Junho de cada ano, acumula-se uma quantidade enorme de "fito-planton" com propriedades de fosforescência que torna a água esverdeada do "tipo–néon". Julgava eu, que este fenómeno era exclusivo da Primavera, quando para meu espanto nesta viagem observámos a água com uma "fosforescência" nunca vista até à data. Seria interessante que algum "esperto-técnico" com conhecimento científico na matéria, explicar que bicharada é esta, como acasala, como aparece, etc e tal. O certo é que tivemos o privilégio de ver um mar de azeite, com toneladas de golfinhos misturando aquelas cores de tonalidade verde. Melhor que isto, só o Circo Mariano no seu apogeu.


Sobre a Regata há mais lamentos a registar, que propriamente casos dignos de relato. Mais uma vez, o CELTA MORGANA foi prejudicado pelo RATING atribuído pela organização. É manifestamente impossível competir com um "rating" de 23,78 num barco de 9 metros. Podem importar o Torben Grael, o Gustavo Lima, os Condes, ou o Dennis Conner que não ganham uma regata. A organização (por sorteio) tinha-nos atribuído inicialmente um "rating" de 66,79, facto que nos obrigou a efectuar uma caução de 400,00€ e pedir a revisão do mesmo. Após algumas negociações, trocámos o mastro (para um mais pequeno) e consequentemente trocámos de velas, tendo o "rating" reduzido para os tais 23,78, ou caso contrário, teríamos de abdicar da "vitro-cerâmica", ou navegar com as nossas velhas velas de "lycra". Ratings à parte, fizemos uma boa regata no VHF, com "rojoada forte" e fizemos 3º na Geral e 1º na classe de 305 c/ "gerador eólico". Fica apenas um recado para a Comissão de Regata, para que no próximo evento aceitem como bons, os certificados de "rating" emitidos na Comunidade Europeia e em países como a Nova Zelândia, a Austrália, os Estados Unidos e a África do Sul. Evitar-se-iam muitos problemas. No jantar de entrega de prémios, a qualidade do tinto estava à altura do acontecimento e das 17 embarcações presentes, não houve reclamações.

3 comentários:

joao madail veiga disse...

Que mau perder meu, senão vejamos:
em rojões
Veronique 45 Celta 3
em Bacalhau frito
Veronique 56 Celta 0
Em garafas de tinto
Veronique 8 Celta 1
Em Champanhe
Veronique 2 Celta 0
Em grades de cerveja
Veronique 2 Celta 1
Em chegada a Barra
Veronique à frente com 231 comprimentos
Parecem os lagartoes, sempre que perdem dizem que é o sistema.
Nós é que temos razão de queixa, o rating dourado pos-nos em 5º, senão eramos os 1ºs destacados, mesmo assim tiramos o 1º da classe (dos ferros)

CELTA MORGANA disse...

Meu estimado Cap. Veiga:

O Celta Morgana já participou em muitas regatas nacionais e até uma na Galiza. Nunca nos foi atribuido um rating tão pesado, nem pelo Juri Neozelandes numa regata de Alcoutim para Mertola. O Veronique foi manifestamente beneficiado pela Comissão de Regata. Para não falar noutras (eventuais) penalizações deveriam ter de rondar novamente a boia da Tocha depois da viradela da salada. Enfim, tem de haver sempre filhos e enteados.

Eugénio disse...

Cá para mim, arriscaste demais. Um alentejano é sempre alentejano... não desenvolve. Da próxima arranja uma tripulação mais despachada.