
A vida tem destas coisas.
Quando os nossos filhos festejam aniversários em dias de regata, obviamente que não há discussão. Fica-se por casa e a embarcação logo se vê. E viu-se. Nada mais fácil de que roubar um tripulante do VERONIQUE e tornar esse tripulante em Capitão do CELTA MORGANA. Obviamente que é motivo de orgulho sair de uma lata de sardinhas para um barco a sério, conforme nos confidenciou (à surdina) o capitão Francisco Albino, que gracejou com os outros veroniques. Coitados.
Mas vamos lá ao que interessa. Segundo relatos do capitão, do imediato Figueiredo e do grumete de refeitório Queirós, as coisas correram muito bem a bordo, apesar de se fazer sentir alguma náusea à chegada. "Sindrome vertiginoso" conforme as palavras do Dr. José Oliveira (MIKE DAVIS), pois nestas coisas da medicina há sempre um termo técnico para atrapalhar o paciente. Eu chamo-lhe "Cabeça zonza" ao tal sindrome, e continuo a achar que é a mesma coisa. A navegação de sábado teria sido feita a diesel até Leça da Palmeira, depois umas velejadas em formato de bolinas contra o teimoso vento sul, e depois uma nova navegação a diesel para chegar a Aveiro a horas decentes.
Por falar em decência, saliente-se os bons vinhos do ex-presidente da Câmara de Anadia (Silvio Cerveira) que a TURISÁGUEDA serviu ao jantar. Digo isto com conhecimento de causa, pois como bom armador ainda foi a tempo de rejantar (00h30m) com os demais marujos no Centro de Congressos. Gostei da ideia avançada nos discursos solenes, de repetir estas pernadas até Baiona ainda este ano, e porque não - pergunto eu - ter 3 semanas de aclimatização ao fuso horário (e marina á borla) em Baiona. A minha saúde deu-se tão bem com Baiona durante o fim-de-semana vélico passado em familia. Merecia até que eu juntasse os papelinhos dos copos, paelhas, variados e chupitos de hiervas, deduzindo o seu somatório no IRS na rubrica de despesas de saúde. A ver vamos.
Como agradecimento final (que só fica bem a um armador que se preze), vai inteirinho para as tripulações das pernadas (sem excepção) salientando a pachorra do Francisco Albino que manobrou (como um mouro de trabalho) o CELTA MORGANA a bom porto. Gracias.